quinta-feira, 7 de março de 2013

Como servir uma caldeirada requentada, salpicada de pontapés na gramática, com toques sensacionalistas de tablóide e achar que se faz jornalismo ou se presta um serviço informativo

A "notícia" do dia do tugaleaks é mais uma vez um motivo de chacota para os amantes da língua portuguesa e um escárnio em termos de informação.
A receita é simples: pesque-se ao acaso uma situação de cobrança indevida que, com inúmeros e diversos episódios, tenha sido noticiada há já largos meses pela comunicação social. Pode ser mesmo aquela informação mainstream que tanto se diz detestar porque a coerência de posições é algo que, para o Sr. Fundador, se reveste de um cariz opcional.
O que é preciso é haver partilhas e cairem uns tustos à custa da muita publicidade apresentada!
Seguidamente, tente-se arranjar um alvo capaz de suscitar o ódio fácil e nada melhor para isso do que, no momento actual, escolher um banqueiro. Não que o banqueiro não mereça umas bordoadas valentes, que merece; mas o leitor merece igualmente uma informação de qualidade em que o raciocínio associativo deve ser sustentado em pontos comuns entre notícias e não ser um joguete submetido aos interesses económicos do Sr. Fundador.
E o único ponto que poderia servir de denominador comum seria o facto de, em ambas as situações, se encontrar presente o fisco. Mas as circunstãncias específicas são completamente diversas o que leva a "notícia" do Tugaleaks a basear-se no axioma segundo o qual, se a chispalhada e o pudim de abade de Priscos contam na sua elaboração com carne de porco (chispe no primeiro e toucinho no segundo caso) então seguramente ambos os pratos podem ser comparados.
Ou seja, soma-se batatas com cebolas e, longe de se obter uma caldeirada, obtém-se uma fuga ás bifanas com manteiga do Chef Cruz travestida de notícia.

Se no tocante ao conteúdo a "notícia" é risível, no tocante à expressão o resultado é trágico.
E ficamos a saber tantas coisas:
a) que os veículos sofrem de pirofilia e incendeiam em vez de serem incendiados ou se incendiarem;
b) que o sr. antónio Ogando "era proprietário de um veículo que incendiou em 2004", o que o torna num perigoso pirómano,
c) que a PSP provavelmente toma conhecimento de uma mesma situação duas vezes, a vez do "bem como" e a vez do "também".

E no final lá aparece ele, que nem foi perdoado por questões de automóvel, a causar estardalhaço, indignação, murmúrio ruído e muitas e reditícias partilhas.

Sr. Fundador, aprenda a escrever em Português, umas luzes de jornalismo para atrasados mentais também o poderiam fazer progredir em conhecimento e, já agora, não insulte com a sua verborreia de tablóide a inteligência dos leitores.

P.S.: Foram realizados print screens da "notícia" não vá o sr. fundador emendar a cagada que pariu e ainda vir com ademanes de puta ciosa da sua virgindade.

Aqui fica o link de mais uma pérola de sabedoria do Sr. Fundador: http://www.tugaleaks.com/imposto-unico-circulacao-iuc.html

Sem comentários:

Enviar um comentário