quarta-feira, 6 de março de 2013

O paradoxo da puta virgem

Estava ansiosa, não sabia bem como passar o produto que tinha para vender, precisava de repor os gadgets que a polícia lhe tinha sequestrado, quando a tinha visitado pela última vez, pois sem eles não podia exercer normalmente a sua profissão nem esconder por mais tempo a flacidez das carnes balofas, a decrepitude dos seios que jaziam pendurados demonstrando a veracidade das teses de Newton, a decadência acentuada que a tinha feito passar de uma clientela variada para se especializar em tipos que, de cabelinho rapado e ideias fascistóides, lhe iam dando nelgadas enquanto se serviam dos seus desacreditados e decadentes serviços. Tudo a troco da normal remuneração devida pelas muitas partilhas.Tinha de arranjar maneira de, criando o mito de uma virgindade reconquistada, voltar aos proveitosos tempos de outrora e tanto porfiou neste anseio que acabou por ficar prisioneira do paradoxo da puta virgem.

Quem hoje visitar o Tugaleaks vai ver que, por entre os erros de ortografia vários a que o pasquim de Rui Cruz já nos habituou, lá se encontra um sensacionalista protesto contra o igualmente sensacionalista Correio da Manhã por incumprimento da lei que obriga os media a publicarem em lugar de igual destaque o Direito de Resposta. Muito nobre, muito lindo, muito fofo mas carece de algo: legitimidade conferida pela autoridade moral para o fazer. Não tem legitimidade nem autoridade moral para criticar a censura quem continuamente a adopta em seu proveito. Inúmeras publicações em que se denunciavam comportamentos de Rui Cruz foram por este denunciados ao santo Ofício Facebookiano e inúmeros foram os conteúdos censurados em páginas e murais pessoais.
Que credibilidade assiste a quem critica a mesmíssima prática que quotidianamente adopta?
Pelos vistos Rui cruz também se arrisca a ficar prisioneiro do paradoxo da puta virgem!

P.S.: Todos os textos constantes deste blog foram salvaguardados para que, em caso de censura, sejam republicados as vezes que sejam precisas.

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